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Como ajudar sua criança a resolver conflitos interpessoais

Publicado em: 27 ago 2024 Notícia Evolução

Como ajudar sua criança a resolver conflitos interpessoais

Interferir, revidar, conversar… Seu filho chega em casa, após passar o dia todo na escola. Você percebe que ele está machucado. Ao perguntar o que aconteceu, descobre que um coleguinha da turma bateu nele. Com certeza, só de pensar nessa situação, pais e mães já sentem aquele misto de emoções: um aperto no coração, sensação de impotência, raiva, tristeza e uma vontade enorme de poder proteger o pequeno de tudo e de todos a todo momento. Mas sabemos que, na prática, isso não é possível. Na realidade, quanto mais o tempo passa, mais difícil é estar presente na vida dos filhos. Afinal, conforme vão crescendo, as crianças dão seus próprios passos e descobrem, por si mesmas, seus caminhos e como resolverem seus problemas. Nesse sentido, pais e mães se preocupam com uma questão: como ensinar os filhos a se defenderem?

Devemos ensinar as crianças a revidar?

Acreditando na importância de ensinar os filhos a se defenderem sozinhos, alguns pais seguem a linha do “bateu, levou”, incentivando as crianças a baterem de volta quando apanharem, seja em casa, na escola ou em qualquer outro lugar. Embora a intenção, nesse caso, seja proteger o pequeno, impedindo que ele seja passivo em casos de agressão, encorajar os pequenos a revidarem gera um ciclo de violência, incentivando comportamentos agressivos.

De acordo com Sarah Helena, mãe, psicóloga e curadora na Leiturinha, “ensinar as crianças a baterem de volta significa que a violência é uma solução plausível, permissível e capaz de resolver conflitos, quando, na verdade, ela só gera mais problemas. Assim como gentileza gera gentilezaviolência gera violência, até que alguém quebre o ciclo”. Sarah ainda complementa que, embora a intenção dos pais ao ensinar a criança a revidar seja protegê-la, “este tipo de proteção é ilusório e momentâneo, contribuindo, na verdade, para uma sociedade cada vez mais intolerante, violenta e incapaz de dialogar quando se há diferenças ou conflitos”.

Essa criança que agride só atrairá cada vez mais violência para ela, prejudicando sua socialização, pois será conhecida entre seus colegas de turma como agressiva e, a partir dessa imagem criada, alguns alunos poderão optar por se afastar. Quando a criança escolhe revidar, ela perde a razão e age tão errado como quem a agrediu, além de que a violência não é algo permitido em nenhum ambiente social que tenha suas regras e preze pela convivência saudável, ainda mais num ambiente que tem, por função, a educação.

Precisamos lembrar que nossas orientações e atitudes servirão de parâmetros para os nossos filhos a vida toda e que se hoje estão em lugares seguros, por estarem se relacionando apenas com crianças e educadores (pais, família e professores), como acontece na escola, amanhã estarão no mundo, no trânsito, em festas, no trabalho. Como, então, resolverão seus conflitos?

Nesse contexto, outra questão também pode surgir: devemos ensinar meninos e meninas a se protegerem de maneiras distintas? “Embora criar filhos e filhas tragam desafios e dúvidas em comum, sabemos que meninos e meninas, culturalmente, estão sujeitos a tipos diferentes de violência. Portanto, caberiam orientações tão diferentes quanto os tipos de violência. No entanto, é importante lembrar que a prevenção e proteção dos filhos começam com a orientação para que nunca partam para a agressão.”, afirma a psicóloga Sarah.

Então, como ensinar os pequenos a se defenderem?

Se não queremos que nossos filhos apanhem e/ou sejam passivos em situações de violência, aceitando coisas que não querem/gostam por medo ou por não saberem se defender, mas, por outro lado, não queremos incentivar a agressividade, como podemos ajudar nossos pequenos a se defenderem por si mesmos?

Em uma pesquisa realizada no Instagram Leiturinha, dos 2.896 pais e mães que participaram, apenas 23% afirmaram que ensinam os filhos a revidarem. Para ajudar a pensar em alternativas no momento de ensinar os pequenos se defenderem, elencamos algumas dicas. Confira:  

  1. É preciso criar estratégias para evitar a violência. A violência acontece justamente quando faltam recursos na linguagem para lidar com a situação. Ensinar na prática, em casa, a importância do diálogo é muito importante para que a criança perceba que existem outros meios para se resolver conflitos.
  • Se o diálogo não for suficiente para resolver a situação entre seu pequeno e algum colega, oriente que ele saia de perto e busque distância, até que seja possível uma nova aproximação não-violenta. O que à primeira vista pode parecer “covardia”, na verdade, é um ato corajoso de escolha por um caminho diferente. Muitas vezes, é preciso muito mais coragem e força para ceder e abandonar uma discussão do que para partir para a ação.
  • Em caso de risco, é sempre bom ensinar os pequenos a buscarem ajuda. Se for um conflito entre iguais – com amiguinhos ou colegas, a ajuda de um adulto pode ser eficiente. Caso o risco envolva algo mais sério, é importante que a criança saiba como chamar a polícia, por exemplo, ou que saiba como pedir ajuda sem chamar à atenção.
  • Quando o conflito acontece na escola, a ajuda de um profissional é sempre válida, sobretudo quando as famílias também são envolvidas.

Diante de qualquer situação que envolva a violência na escola, devemos escutar todas as crianças envolvidas, refletir junto a elas sobre as atitudes tomadas e reforçar a necessidade do diálogo com o outro, assim como a de agirem corretamente.

Incentivamos nossos alunos a não serem passivos diante dessas situações, mas que resolvam adotando atitudes respeitosas e empáticas. Para isso, a escola desenvolve trabalhos e dinâmicas sobre o controle das emoções, empatia, bullying, respeito, entre outros.

Contar com o apoio das famílias na orientação de seus filhos quanto ao que deve ser feito para que não tenhamos que lidar com novas situações é imprescindível. Sejamos nós os construtores da sociedade que queremos, mais segura e protetora!

Texto do blog Leiturinha, adaptado pelo Setor de Psicologia Escolar


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